O Surgimento do Coronavírus – Uma análise de Astrologia Védica
Neste últimos meses houveram várias alterações nos céus muito pouco habituais, que podem explicar a sua relação com este momento histórico e perigoso. Os céus mostram de facto ciclos que concretizam a colheita do nosso karma e oportunidades de aprendizagens, tanto a nível individual como coletivo.
Vamos fazer análise considerando os 9 planetas na Astrologia Védica (7 planetas tradicionais e os 2 nodos lunares) e usaremos o zodíaco sideral.
Gostaria, de forma sucinta, de definir o que cada planeta significa e alguns termos antes prosseguirmos esta análise.
Os Intervenientes Astrológicos
Cada planeta representam um conjunto de pessoas, características e circunstâncias.
Sol: Representa o governo, chefes de Estado; Marte: Exército, polícias, ferimentos, infecções; Júpiter: significa a economia, professores, conselheiros, leis, expansão; Saturno: as estruturas (ex: do Estado) os mais velhos, o povo no geral.
Nodos Lunares: São conhecidos por Rahu (Nodo Lunar Norte) e Ketu (Nodo Lunar Sul). São as sombras da terra onde ocorrem os eclipses. Rahu representa entre outras coisas, as massas, o medo, a ilusão, o que é estrangeiro, as massas. Ketu representa a espiritualidade, mas também a alienação e mesmo os vírus e bactérias estão associadas a Ketu.
Nakshatras: são grupos de várias estrelas. Existem 27 Nakshatras, cada um deles com 13 graus e 20 minutos no zodíaco. Os Nakshatras representam o elemento Ar na Astrologia Védica. O Ar refere-se ao carácter, padroes mentais e o fluir de energia.
Muitas vezes, na Astrologia, esquecemo-nos de analisar mais a fundo os Nodos Lunares (Rahu-Ketu) em detrimento de outros planetas. Foi para mim uma lição.
Há vários meses que esperava que Saturno alterasse para o seu próprio signo Capricórnio e que o grande benéfico Júpiter entrasse também no seu próprio signo, Sagitário. Isso aparentemente poderia indicar boas notícias a nível de economia e estruturas, mas porque isto não aconteceu?
Na tradição védica, quando um planeta está conjunto ou aspectado por dois ou mais planetas maléficos (Saturno, Marte, Rahu, Ketu e em parte o Sol) diz-se que o planeta está amaldiçoado, resultando na incapacidade do planeta proteger o que ele próprio significa. Júpiter esteve em conjunção com Saturno, Rahu, Ketu e Sol indicando uma massiva consequência kármica.
Júpiter rege não apenas a economia ou professores, mas também o elemento éter (akasha) que é muito importante para o sustento e harmonização de tudo, incluindo a nossa saúde. Algo de grave iria ser experienciado com o grande planeta benéfico, arrasado no seu próprio signo.
Este eclipse solar teve a sua penumbra nos países da ásia, onde surgiu o vírus.
Esta crise iniciou-se com 7 dos 9 planetas neste eixo, incluindo os Nodos Lunares. E a mesma coloca as características e circunstâncias destes dois signos.
Gémeos simboliza comunicação, contactos, movimentações, capacidade de multiplicar, a cultura e o entretenimento. Reparemos que o que nos é pedido é que não tenhamos contacto físico e que haja isolamento social. Mercúrio, que rege Gémeos, governa a pele.
Paralelamente, esta será uma oportunidade de reformularmos a nossa comunicação através de meios não presenciais.
O outro polo é Sagitário que rege viagens internacionais, religião, aeroportos, desporto, universidades, etc. Também estas áreas estão fortemente condicionadas. Ambos os signos são os que mais estão associados a movimentações e viagens.
No dia 8/2/2020, Marte entra em Sagitário juntando-se a Júpiter e Ketu, tornando a situação mais explosiva e devastadora, percebendo-se muito mais a sua perigosidade. Marte rege não apenas guerras e violência, mas também mortes, lesões e infecções. A conjunção de Marte e Ketu é também chamado de conjunção demoníaca (pishacha yoga) mostrando o potencial destrutivo associado a esse período.
A passagem do Sol conjunto a Saturno em Capricórnio desde 15 de janeiro até 13 de fevereiro, revela o início da real preocupação de boa parte dos chefes de Estado e medidas crescentes de restrição da doença.
Neste momento o Sol está em Peixes e está entre 2 benéficos (Mercúrio em Aquário e Vénus em Carneiro) o que inspirará a tomada de decisões tendencialmente acertadas e capacidade de juntar pessoas e recursos para ajudar na resolução. Vénus, nesta posição, pode até ajudar na probabilidade de descoberta de um medicamento ou vacina até final deste mês de Março.
O Nodo Lunar Rahu em Gémeos e Ketu em Sagitário desde há vários meses...mas agora, o mais preocupante são os Nakshatras onde eles estão são dos mais desafiantes do zodíaco.
Rahu está alinhado com o Nakshatra (grupo de estrelas) de Ardra. O símbolo deste Nakshatra é uma lágrima e é governada por Rudra (um aspecto feroz de Shiva) que representa a purificação pela dor e renovação.
No dia 16/1/2020 Ketu ficou alinhado com o Nakshatra Mula. Este Nakshatra indica caos, destruição, ruina e remodelação e está conectada com a deusa Nirrti, que personifica estas qualidades.
Ainda neste campo, outro fator desestabilizador é que Ardra é governado pelo próprio Rahu e Mula é regida pelo próprio Ketu, o que faz com que estas duas forças neste momento, estão astrologicamente a agir a toda a força.
Todos os planetas estão contidos entre estes dois polos (Rahu/Ketu), condição essa que é chamada de conjunção Kalasarpa. É como se os planetas estivessem dentro de uma serpente, em que Rahu é a cabeça e Ketu a cauda.
A última vez que este alinhamento aconteceu foi no período em que ocorreu...o 11 de Setembro, a queda das Torres Gémeas.
São circunstâncias muito diferentes mas lembremo-nos das semelhanças no padrão de medo e o pânico sentidas face a um ataque e devastação inesperadas. De como esse medo atingiu a nossa percepção de segurança e alterou profundamente o mundo e os tempos que se seguiram.
Dizem as escrituras que Nakshatra Ardra tem poder de conseguir vitórias através de um esforço maior. Mula também tem o poder de remodelar, através da aceitação e rendição à Vontade Divina. Ambas dizem-nos que é uma oportunidade de desenvolvermos as qualidades de perseverança, destemor e procurarmos estar cada vez mais conscientes daquilo que não pode ser destruído, o nosso verdadeiro Eu, o Atma.
Vamos ver algumas movimentações de alguns planetas para tentar perceber os próximos tempos. Podemos ver o significado de alguns planetas no início da primeira parte desta análise.
Júpiter estará em Sagitário com os maléficos Marte e Rahu/Ketu até 30/03, mas logo em seguida fica debilitado em Capricórnio, ficando em conjunção com os maléficos Marte e Saturno até 04/05, período em que é esperado que seja o auge da epidemia.
Marte forte em Capricórnio a partir de 22/03 até 04/05 com Saturno manifesta acção muito forte de controlo e luta, um fortalecimento das estruturas de suporte e ajuda face a esta situação.
Nos dias 31 de Março e 1 de Abril podem ser particularmente perigosos no que diz respeito a acidentes e conflitos, por Marte e Saturno estarem a menos de 1 grau.
Após 04/05, pelo facto de Júpiter estar apenas com Saturno e sem a presença de Marte, espera que a situação da epidemia, decresça em vítimas e em ameaça. O Sol em Carneiro, também permite uma renovação de energia e vitalidade.
No entanto, a debilidade de Júpiter em Capricórnio mostra-nos o que já esperamos...uma crise económica que tende a ser controlada e amparada pela acção do Estado (Saturno no próprio signo em conjunção a Júpiter).
Mais à frente, no dia 30/06, Júpiter regressa a Sagitário, Rahu sai do Nakshatra Ardra, o que se espera que se traduza numa revitalização tanto ao nível espiritual e moral. Poderá ser um fortalecimento de uma consciência coletiva mais madura e solidária. Júpiter novamente em Sagitário conferirá um ímpeto à economia, ensino e viagens.
Neste período tão extremo, é importante que aceitemos estas mudanças, porque são de facto consequências kármicas do passado, que devem ser limpas. A natureza tem várias formas de fazer essa purificação.
É útil evitar o mais possível entrar numa consciência de pânico, optando por uma precaução sem medo.
Estes momentos servem para nos inspirar a encontrar uma âncora, uma segurança que não dependa do transitório, mas sim do Eterno, do Divino.
Hari OM Tat Sat